O Calçadão De Ipanema

Um design original, ícone mundial

IPANEMA - RIO DE JANEIRO

Last updated: April 22, 2022

O Calçadão de Ipanema
O Calçadão de IpanemaO Calçadão de IpanemaO Calçadão de Ipanema

O MOSAICO

A cidade do Rio de Janeiro tem mais de 1,2 milhões de metros quadrados (m2) de calçamento em pedras portuguesas, desenhadas com mosaicos de calcita branca e basalto negro.

O estilo teve origem em Portugal, em 1842, criado pelo engenheiro português Pinheiro Furtado e exportado para vários países. No Brasil, desembarcou primeiro na cidade de Manaus, em 1901.

Pensado como um painel em grande escala, o calçamento foi introduzido pela Prefeitura da Guanabara, então Distrito Federal, no início do século 20, integrando o conjunto de medidas urbanísticas para modernização da capital da República.

O primeiro trecho decorado foi a extremidade norte da Avenida Central, atual Avenida Rio Branco. Posteriormente, em 1906, foi inaugurado o calçamento da Avenida Atlântica, em Copacabana. O desenho sequenciado de ondas perpendiculares ao comprimento da via era similar ao calçamento do Largo do Rossio em Lisboa de 1849.

[1] Cartão-postal da Praia de Ipanema, com a montanha Dois Irmãos ao fundo. (Anos 70) - Reprodução: Gráfica Franco Brasileira. Acervo: Domínio Público. [2] Praça de D. Pedro IV, mais conhecida por Largo Rossio, em Lisboa, datado de 31 de dezembro de 1849. (c. 1890) - Litografia: Autor desconhecido. Acervo: Museu de Lisboa. [3] Vista do calçamento da Avenida Rio Branco; ao fundo, de um lado, o Theatro Municipal e, do outro lado, a Escola Nacional de Belas Artes. (1909) - Fotografia: Marc Ferrez. Acervo: Instituto Moreira Salles. [4] Praia de Copacabana e a primeira versão do calçamento da orla. (1915) - Foto Augusto Malta. Acervo: Particular / Reprodução da Internet.

O PROJETO

A prefeitura promoveu algumas melhorias em Ipanema e no Leblon. Em 1921, a substituição da iluminação pública de gás para lâmpadas. Na década de 40, uma nova rede elétrica, o ajardinamento do canteiro central e a colocação de bancos.

Em comemoração ao quarto centenário da cidade, em 1965, o governador do Estado da Guanabara encomendou um projeto de reurbanização. O trabalho incluía um calçadão de pedras portuguesas, ajardinamento dos canteiros junto aos prédios fronteiros, retorno de acesso para ruas transversais, colocação de amendoeiras no canteiro central, além da criação de um parque.

[5] Avenida Delfim Moreira, no Leblon, e a nova iluminação pública com lâmpadas incandescentes. (1921) - Fotografia: Augusto Malta. Acervo: Coleção Brascan / Instituto Moreira Salles. [6] Avenida Vieira Souto, em Ipanema, e a nova rede elétrica e ajardinamento. (1958) - Fotografia: Nilo Bernardes. Acervo: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

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O Calçadão de Ipanema

O GRAFISMO

O arquiteto e paisagista Renato Primavera Marinho foi o criador do padrão geométrico, até então inédito, projetado para decorar o Calçadão de Ipanema. Sua proposta era a de um desenho em preto e branco que se repetia em constância, obedecendo o espírito geométrico e a escala humana, paralelo ao mar, no decorrer dos 3,4 km de extensão.

[7] Grafismo em mosaico, em pedras portuguesas, criado pelo arquiteto Renato Primavera Marinho, em 1965. - Fotografia: Shutter Stock.

O CRIADOR

O designer carioca, que era apaixonado por fotografia, botânica e pinturas abstratas, cursou Belas Artes, foi membro da Fundação Parques e Jardins, criou inúmeras padronagens para tapetes de pedras, e deixou um grande legado para o Rio de Janeiro.

Renato Primavera Marinho presenteou o bairro com o projeto de uma praça à beira-mar, batizado de Parque Garota de Ipanema, inaugurado em 1978. Planejou também um tapete de pedras no entorno, com um grafismo de linhas sinuosas de múltiplas espessuras e bicolores. Na década 80, a Avenida Francisco Bhering foi transformada neste calçadão.

[8] Cartão-postal da vista do Arpoador, no alto do Parque Garota de Ipanema; no detalhe, à direita, antes do calçamento do entorno. (Anos 80) - Reprodução: Editora Edicard. Acervo: Domínio Público. [9] Novo calçamento da Avenida Francisco Bhering, no Arpoador; à esquerda, a Praia do Diabo. (c 1980) - Fotografia: César Loureiro. Acervo: Particular / Reprodução da Internet.

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